Fundação
Durante estes 60 anos, a Casa de Mateus acompanhou o desenvolvimento das teorias e práticas arquivísticas, pois na década de 1950 e 1960 as práticas de exposição e de catalogação ainda respeitavam critérios teóricos holandeses e, ainda embrionariamente, americanos.
A década de 1980 foi um marca nas Ciências da Informação (Cook, 1997) e também para a Nova (Buke, 1992), pois houve um aumento da oferta de cursos universitários nessas áreas já que carecia de estudos aprofundados com o crescimento da produção na comunicação e na informação (Silva, 1999), resultado da interdisciplinaridade (Couture, C., & Rousseau, J. Y., 1999).A inauguração do Museu e todo projeto paisagístico e arquitetónico permitiu que no dia 3 de dezembro de 1970, o D. Francisco Albuquerque instituísse a Fundação da Casa de Mateus, graças ao rigor da preservação do património material e edificado por centenas de anos.
A família que construiu o que hoje é a Casa de Mateus tem a sua linha axial de treze gerações, cuja cronologia perdura desde o Século XVI, precisamente no ano de 1577, ano em que a primeira geração comprou o terreno que hoje está a Casa que se conhece. Porém, essa Casa que se conhece teve o seu início de construção no Século XVIII, embora o espaço que abarca a Casa de Mateus tenha tido, ao longo dos quatro séculos, transformações e sobreposições na Casa, Capela, Jardim, Adega, Vinha e Horta.
Este património edificado e ambiental teve incorporado o acervo material e documental, sendo este último possuidor do valor probatório de tudo o que a Casa de Mateus compõe.
A preservação de todo o espólio e do património material e ambiental é característica que atravessou as gerações em razão do rigor familiar de provar os seus bens.